Almejo
E do tanto que desejo
Chega lacrimejo
Conto-te a história de uma dama
Que buscava mais além de uma
cama
Mais além que um cobertor
Um corpo nu para fazer calor
Queria também um carinho
De vez em quando daquele rapaz
sozinho
Já que não se pode ter tudo
Aceitou um olhar mudo
Para quem pouco se importava
A dama se jogava
Insatisfeita
Ela se rejeita
E se endireita
Quer encontrar quem a ame
E mais ainda que a chame
Que a chame de amor, ou pelo
nome
Ela quer alguém pra dividir o
sobrenome
Mas que divida o fundo da alma
Que fale baixinho e com calma
Com calma pra fazer acontecer
Cada detalhe do que ela quer
viver
O tempo voa
E à dama magoa
Sem trazer uma pessoa
Que fosse de vontade boa
Esperou anos pela perfeição
Que acabou morrendo em vão
Essa jovem era eu
Mas não morri do corpo que era
teu
Eu morri de desgosto
Por não mais ver aquele rosto
Rosto sagrado
De quem migra pro pecado
Rosto aquele
Que eu te via nele.